O acordo comercial entre a UE e os estados do Mercosul pode ser vantajoso para ambos os lados, eliminando, por exemplo, as altas tarifas de importação. No entanto, a ratificação do documento está em risco.
Em junho deste ano, a União Europeia e os estados do Mercosul — Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai — alcançaram um acordo político para um tratado comercial abrangente, conhecido como “acordo em princípio”. De acordo com a UE, o objetivo é criar oportunidades de crescimento e geração de empregos para ambos os blocos econômicos. No entanto, a situação atual sugere que o acordo enfrenta obstáculos significativos, com estados de ambos os lados sinalizando que não assinarão o documento.
A União Europeia é o principal parceiro comercial e de investimentos do Mercosul, exportando 45 bilhões de euros em bens em 2018 e 23 bilhões de euros em serviços em 2017. Além disso, a UE é o maior investidor estrangeiro no Mercosul, com um estoque de 381 bilhões de euros. O acordo visa remover barreiras comerciais e facilitar o acesso de empresas europeias aos mercados do Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai.
Com o acordo, as tarifas para 91% dos produtos da UE seriam eliminadas ao serem exportados para o Mercosul. Atualmente, a tarifa para carros é de 35%, para máquinas varia entre 14% e 20%, e para produtos químicos chega a 18%. Estima-se que as empresas da UE poderiam economizar até 4 bilhões de euros em tarifas por ano.
Com os desafios políticos e econômicos atuais, é difícil prever o que acontecerá com o acordo comercial entre a UE e o Mercosul. A incerteza sobre a ratificação e a pressão de diversos grupos de interesse colocam o futuro do tratado em risco.
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