O mercado brasileiro de venture capital surgiu recentemente, como analisou a plataforma de startups Distrito. Os primeiros fundos apareceram por volta de 2008 e, desde então, o setor tem crescido constantemente em número de negócios e volume de investimentos. Em 2011, foram registrados apenas 76 negócios, totalizando 143 milhões de dólares. Em contrapartida, no ano passado, o mercado atingiu o máximo histórico de 331 negócios, com um volume total de quase 3 bilhões de dólares.
Segundo o Distrito, o crescimento recorde foi impulsionado por diversas mega-rondas de investimento. Exemplos incluem as empresas brasileiras Nubank, Creditas e QuintoAndar. A fintech Nubank, que oferece serviços bancários, anunciou em julho de 2019 a captação de US$ 400 milhões em uma rodada Série F liderada pelo fundo TCV, que também já investiu na Netflix.
No caso da Creditas, plataforma de crédito, e da startup imobiliária QuintoAndar, o grupo japonês SoftBank liderou as rodadas. Como resultado, a Creditas recebeu US$ 231 milhões em junho de 2019, enquanto o QuintoAndar captou US$ 250 milhões em setembro de 2019, alcançando o “status de unicórnio”, segundo o CEO Gabriel Braga.
O crescimento do mercado brasileiro reflete um aumento significativo nos investimentos de risco na América Latina. De acordo com a LAVCA (Latin America Venture Capital Association), os investimentos de capital de risco aumentaram nove vezes entre 2016 e 2019, atingindo 4,6 bilhões de dólares em 440 transações. As estatísticas mostram que o investimento de risco mais que dobrou anualmente durante esse período.
Comparando os países latino-americanos, o Brasil é o maior mercado de capital de risco da região. Em 2019, metade dos investimentos foi direcionada a startups brasileiras. O aumento de novos fundos e investidores, como Maya Capital, Caravela Capital, Norte Ventures e HARDS, tem impulsionado o desenvolvimento do mercado. Investidores já estabelecidos, como Canary e Redpoint, também disponibilizaram novos aportes. Segundo o ranking da Leaders League, ambos estão entre os oito fundos mais bem classificados no Brasil em 2020.
Os analistas de mercado acreditam que a pandemia da COVID-19 pode interromper a trajetória de crescimento. “À medida que os investidores incentivam suas carteiras a adotar um modo de sobrevivência, a era do ‘crescimento a todo custo’ parece ter acabado por enquanto”, analisou a LAVCA.
No entanto, a associação prevê oportunidades de inovação em setores como saúde, educação e logística, que estarão na vanguarda das novas realidades globais. “A resiliência dos empresários da América Latina será testada, com uma necessidade crescente de soluções econômicas para problemas complexos”, comentou a LAVCA.
Apesar dos desafios, o mercado brasileiro de capital de risco manteve sua robustez no início da crise. Entre janeiro e junho de 2020, foram realizados 167 negócios, totalizando US$ 669 milhões em transações. Excluindo o ano de 2019 como um valor atípico, isso representa um aumento de 52% em comparação ao mesmo período de 2018.
Somente em junho de 2020, foram investidos US$ 156 milhões, com destaque para investimentos em startups nas etapas da Série B. Entre elas, a Tembici arrecadou US$ 47 milhões, a Cortex captou US$ 22,3 milhões, a fintech Remessa Online levantou US$ 20 milhões, e a Biz Capital obteve US$ 12 milhões para crédito a PMEs.
“O impacto real da crise pode ser sentido no segundo semestre do ano”, escreveu o Distrito em seu blog. No entanto, especialistas permanecem otimistas. “Há consenso de que boas startups tendem a se desenvolver de forma ainda mais eficiente durante crises, tornando suas avaliações mais atraentes para fundos de capital de risco”, comentaram os analistas.
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