empresas que combinam tecnologia e serviços financeiros, registraram um crescimento significativo de mercado. Agora, investidores e empreendedores observam o surgimento de um novo mercado: a tecnologia agrícola. Também pode ser chamada de agrotecnologia, mas geralmente abreviada como agritech, AgriTech ou agrotech.
As empresas deste ramo combinam tecnologia e agricultura para melhorar os serviços do agronegócio, reduzir custos e aumentar a produção. As atividades da Agrotech referem-se, por exemplo, ao manejo de culturas. Outros se concentram no uso de análise de software inteligente para previsão de pragas e doenças ou em conceitos completos de agricultura 4.0.
O Brasil desempenha um papel importante neste cenário. A agricultura é um dos sectores económicos mais importantes do país devido à sua extensa área territorial, luz solar abundante e recursos naturais. Conforme afirma Statista, “a produção agrícola representa aproximadamente quatro por cento do valor agregado anual do produto interno bruto do país”.
Além disso, cerca de dez por cento da força de trabalho do Brasil está empregada no setor agrícola. De acordo com a última análise do Centro Brasileiro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o PIB do agronegócio cresceu 4,62% de janeiro a maio de 2020 em relação ao mesmo período do ano anterior. Isso equivale a um aumento de R$ 76 bilhões, mostrando a contínua expansão do setor. Em comparação, de janeiro a dezembro de 2019 o setor havia registrado um crescimento de “apenas” 3,81%.
Quais áreas de negócios são mais promissoras para startups de agrotecnologia no Brasil
O número de empresas agrotecnológicas está crescendo constantemente. Almir Araujo Silva acompanha o setor há vários anos. Ele é Líder de Transformação Digital e Excelência Comercial para a América Latina na BASF. A empresa internacional está sempre em busca de soluções inovadoras e por isso fundou o programa Agrostart para acelerar startups agrotecnológicas promissoras.
Na opinião de Silva, há muitas áreas no Brasil que ainda necessitam de pequenas ou até grandes melhorias. Os seguintes campos são os mais promissores, disse o especialista em entrevista anterior ao Universo Agro:
soluções de tecnologia da informação relacionadas à agricultura de precisão, rastreabilidade, gestão de culturas e negócios; assim como
Automação do processo.
Segundo a Goldman Sachs Global Investment Research, até 2050, as tecnologias relacionadas à agricultura de precisão, por exemplo, deverão aumentar a produtividade agrícola mundial em 70%, acrescentando R$ 240 bilhões ao mercado de agrotecnologia.
Conforme afirma Araujo, o agronegócio brasileiro oferece uma grande oportunidade para as startups, pois elas lucram com uma vantagem natural em termos de inovação em relação às grandes empresas. “Nas multinacionais, o processo de desenvolvimento e aprovação é mais lento, justamente pelo tamanho das corporações, por todo o processo inerente a empresas deste porte.” É por isso que a BASF oferece um modelo de cocriação para startups de agrotecnologia desenvolverem juntas novas soluções digitais.
Relatório Agrotech Brasileiro mapeou mais de 1000 startups
Em 2019, diferentes players do mercado realizaram um amplo estudo de mercado para mapear startups de agrotecnologia no Brasil. O relatório Radar Agtech 2019 listou um total de 1.125 empresas, divididas em três categorias: antes da fazenda (197 empresas), dentro da fazenda (398) e depois da fazenda (530).
Uma surpresa, não só para os pesquisadores, foi a concentração de startups agrotecnológicas na cidade de São Paulo. A cidade abriga 262 startups agrotecnológicas, 23% do total nacional. A segunda cidade a aparecer no ranking é Piracicaba, cidade do interior paulista e reconhecida como importante pólo de inovação no agronegócio.
Um dos parceiros envolvidos no estudo é o fundo early-stage SP Ventures. Segundo o seu sócio fundador Francisco Jardim, “o principal objetivo é unir forças para ajudar no desenvolvimento do setor e impulsionar negócios que possuam tecnologias inovadoras, com elevado impacto e potencial de crescimento”. Mas ele também acredita que o sector agrotecnológico precisa de mais contribuições de capital de risco. Em 2013, afirmou, os investimentos de capital de risco totalizaram apenas 30 milhões de dólares. Em 2018, o montante subiu para 80 milhões de dólares. Isto mostraria que o crescimento é consistente, mas ainda muito inferior ao de outros setores.
De acordo com a lista “’100 startups to Watch” de 2020, existem oito startups agrotecnológicas brasileiras mais interessantes. A lista cita Tbit Tecnologia, Terramagna, Solubio, Safe Trace, Pink Farms, Jetbov, Grão direto e Agrotools. Além disso, na opinião de Francisco Jardim, da SP Ventures, a primeira agrotech brasileira a alcançar o status de unicórnio – empresa com investimentos acima de US$ 1 bilhão – pode ser a Aegro.
Governo brasileiro planeja apoiar iniciativas de sustentabilidade
As empresas que investem em tecnologias modernas e em sustentabilidade também podem contar com apoio financeiro do governo brasileiro. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) lançou um novo plano de investimentos para a agricultura sustentável em junho deste ano. A ideia principal é contribuir para impulsionar o mercado de títulos verdes no Brasil. Além disso, o Mapa quer proporcionar maior compreensão e visibilidade sobre o cenário de oportunidades de investimentos verdes no agronegócio brasileiro.
Em comunicado oficial, a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil, Tereza Cristina, enfatizou que o plano está vinculado à assinatura de um protocolo entre o Mapa e a Climate Bonds Initiative (CBI) em novembro de 2019, em Nova York. “Queremos ser protagonistas desta nova tendência. Por isso é importante fortalecer esse mercado financeiro verde no Brasil, comprometido com a sustentabilidade”, afirmou.
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